88ª edição conto/história do Bloinquês
Tema: Todos as noites ele(a) tinha essa atitude.
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Pedro tinha com Josefa uma penca de filhos.
Eram sete boquinhas para sustentar...
Josefa só fazia ter filhos e deles cuidar.Estava sempre "embarrigada" e incrivelmente azeda.
Pedro, ao contrário, despertava às 05.00hs todos os dias, inverno ou verão ...
Ia ao banheiro, lavava-se com a pouca água que corria daqueles canos velhos e enferrujados, tomava um copo de leite frio, uma fatia de pão e lá se ia. Benzia a esposa e cada um dos sete filhos.
Entrava no trem, a que chamavam "transporte público", porém mais parecia um modo de carregar gado. Iam ali todos os passageiros amassados.
Chegava no seu ponto. Descia, caminhava nove quadras e finalmente estava no seu emprego, numa fábrica de pregos.
Ali testava um por um...Trabalho enfadonho e sem graça.
Apenas de vez em quando, encontrava um torto e sem condições de ser encaixotado.
Enquanto aquilo fazia, pensava na sua família e era apenas por ela que ainda estava ali.
Sonhava com o dia de sua aposentadoria.
À noite, antes de deitar ia de quarto em quarto, dava a benção para cada um, rezava, pedia para o Alto que todos os seus filhos ficassem bem sempre e depois, dormia abraçado à esposa.
Todas as noites ele tinha essa atitude.
À noite, antes de deitar ia de quarto em quarto, dava a benção para cada um, rezava, pedia para o Alto que todos os seus filhos ficassem bem sempre e depois, dormia abraçado à esposa.
Todas as noites ele tinha essa atitude.
O tempo passava, Pedro na sua rotina seguia.
Suas mãos, já trêmulas continuavam a bater o ponto, dia a dia...E bater pregos...
Os filhos ora já crescidos o viam naquela mesmice de vida.
- Pai, tu não sabes fazer nada! Nada sabes da vida. És bitolado como os pregos que fazes e inspecionas por lá!
Alguns já trabalhavam e ajudavam um pouco em casa.
Um dia, Pedro saiu radiante. Iria buscar sua aposentadoria...
Papelada toda pronta, tudo entregue.Bastava esperar o dia de receber e então festejar...
Claro que com os filhos e Josefa,que a essa altura da vida, estava completamente despencada, mal conseguia caminhar.Cheia das dores!
Claro que com os filhos e Josefa,que a essa altura da vida, estava completamente despencada, mal conseguia caminhar.Cheia das dores!
Porém, o dia esperado não chegou...
Pedro foi acometido de uma grave doença e morreu.
Da fábrica, no enterro,lhe foi depositada uma coroa de alumínio , com flores de pétalas tortas, das mais simples possíveis,feia, horrorosa até, com cheiro de morte.
Mas o pior cheiro era o da falta de reconhecimento...
Nunca haviam pensado nele como gente.Nem os donos da fábrica, nem muito menos sua família...
Agora, sentiriam falta, muita falta daquele que como diziam, fazia tudo sempre igual, fazia da vida uma mesma rotina....
E , só agora, sabiam que fez e fazia tudo isso apenas por eles...
* Imagem daqui
UI, que vida trissssste!!!! Pobre Pedro!!! Aprendamos com essa história a ousar mais, a buscar a felicidade, a sair da mesmice...
ResponderExcluirbjs e bjsssssssssss
Sabe Chica, morei quase toda a minha vida em uma cidade com muitas industrias, na Grande São Paulo.
ResponderExcluirA maioria de seus moradores eram operários, de todos os níveis, e eu conheci muitos Pedros.
Não que morreram antes de aposentar, mas que apenas trabalhavam e viviam para sua familia.
Conseguiam construir uma casa a duras penas, e só.
Envelheciam sem nunca ter viajado, sempre com o dinheiro muito curto, enfim, Pedros e mais Pedros.
As Josefas então, às pencas...
Sempre embarrigadas e de mau humor rsrsrs
É minha amiga, a vida é cruel para as pessoas com poucas oportunidades.
Mas vou dizer uma coisa, eles são felizes na vidinha deles. Nem sabe o quanto são marginalizados e sugados pelos poderosos.
Gostei do assunto. Adoro falar sobre gente humilde. Meu pai não foi Pedro mas quase. Teve um pouco mais de sorte, e nós também, mas não foi nada fácil. Nada é, não é mesmo?
Beijos querida, tenha uma boa noite.
AH, amiga agora matou o véio aqui.Final triste,desta vez voce não deu uma de Neimar,mas sabemos como estas coisa acontecem tão naturalmente ao nosso lado.
ResponderExcluirPaz amiga e todo meu carinho.
Um carinhoso abraço.
Tenha uma linda noite.
É Chica... e nós também corremos esse risco aí...
ResponderExcluirboa noite chica
ResponderExcluira ingratidão,mata,talvez foi isso que matou o pobre pedro.
baci
Muito, muito triste... Bjos amiga querida.
ResponderExcluirOi Chica, que historia mais triste... mas sei que infelizmente existem milhares por esse nosso mundo.
ResponderExcluirBjs e uma noite de sonhos coloridos.
Oi Chica
ResponderExcluirEsta é a vida de muitos e muitos Pedros, que não podem se dar oportunidades, que não podem arriscar, pois precisam ter a certeza que no final do mês, o salário mesmo pequeno, garante o sustento da família.Mas, o mais triste da história foi a ingratidão sofrida por ele em vida.
Beijos e uma boa noite!
MEU DEUS!!MAS ELE ERA TÃO BOM PAI!!QUE GENTE MALVADA!!ADEUS PEDRO!!VC FOI UM HOMEM BOM!!BJS CHICA,MINHA FLOR!
ResponderExcluirOi Chica, tudo bem?
ResponderExcluirNossa, tão triste a história, achei que iria ter um final feliz.
Família e patrão ingratos.
Coitado do Pedro.
Bjo
Chica. Boa lição desta história. Lembrou-me Charle Chapin em "Tempos Modernos". Beijos!
ResponderExcluirOps! charles chaplin! Beijos!
ResponderExcluirÉ sempre assim amiga, o reconhecimento e a valorização sempre chega tarde. Isso, quando chega. Belo conto Chica. Ótima participação.
ResponderExcluirAbraços,
Furtado.
Essa é a história de milhões de Pedros poraí afora!!!
ResponderExcluirabraço!
Não viveu, só existiu...
ResponderExcluirPecado.
Beijos.
Chica, uma grande verdade: Ninguém reconhece ou valoriza aquilo que alguém faz.
ResponderExcluirMundo de cao este. Mundo ingrato.
Bjao
Chica,
ResponderExcluirQue história triste e linda ao mesmo tempo. Uma lição de vida.
Acho que já fui um pouco esse "Pedro", mas graças a Deus que eu acordei à tempo, de mudar o rumo de minha história.
Eles só nos valorizam enquanto damos produção. E muitos Pedros vivem assim, por medo de tentar alguma profissão e não conseguir adaptar.
Mas foi nessa rotina e nesse trabalho tão medíocre que ele sustentou toda à família. É sempre assim. E ele foi tão eficiente, que fez falta após a morte. E a Josefá deve ter ido junto. O que faria ela sem um marido que a carregou nas costas a vida inteira, desentortando pregos?
Beijos
É um retrato da vida de muitas famílias, onde o pai é o supridor e mantenedor do lar. Triste história, porém real.
ResponderExcluirAbração pra ti.
oi Chica,
ResponderExcluire de quantos Pedros,
são feitos nossos dias,
vive tudo conforme se comprometeu,
vivendo por muitos
e ainda sendo criticado por todos...
linda essa história...
beijinhos
Bom dia,Chica!!
ResponderExcluirBah!!Nem tenho o que dizer...é tão triste...E dói tanto não ser considerado gente...alguém...Muito triste.
Linda participação minha querida amiga!!!!me comoveu as lagrimas.
Beijos!!!!Lindo dia pra ti!
Ao ir lendo eu pensei que resultaria num outro final. Mas gostei, também.
ResponderExcluirVocê já pode escrever um livro de contos...!!
Beijos,
Chica,triste demais o seu conto!Uma história tão bonita de vida,mas que no final ninguem valorizou!Participaçao comovente!Bjs,
ResponderExcluirAi Chica, que triste isso, tantas coisas me vem à cabeça, a simplicidade da vida, a fragilidade de se passar por ela batida, a ingratidão, o merecimento, a passagem enfim...somos mesmo um grãozinho num palheiro...Bjo:}
ResponderExcluirChica
ResponderExcluirConvivendo estes tres meses com a doença de meu tio, fico também imaginando os designios de Deus.
Tio Nelson era um homem dinamico, que muitas vezes sutentou amigos , sobrinhos e filhos. Agora está ele em um hospital sem uma perna precisando de cuidados de duas enfermeiras vivendo diariamente entre febres, dores no coprpo, alementação complicada e dolorida.
Mas tenho certeza que alguem daqueles que ajudou deve ser agradecido.
Lá em casa seus sobrinhos e sobrinhas nós somos!
Com amizade Monica
Ficarei por aquia té domingo!
AI Chiquinha...qtos Pedros tem nessa vida de meu Deus,né...triste, muito triste ! Mas super verdadeiro.
ResponderExcluirBeijinhos
aNA
AI QUE DOEU NA ALMA..
ResponderExcluirSABE CHICA QUE POR VEZES É VERDADE AS PESSOAS PASSAM A VIDA SE DESDOBRANDO, DO MODO DELAS PARA FAZEREM PELOS OUTROS
E JAMAIS SÃO NOTADAS OU AQUILO QUE DA ,PRA ELE DEMAIS, É POUCO PRA QUEM ESTA RECEBENDO E É INJUSTAMENTE INGRATO.
SABE, SOMOS ASSIM TEMOS ESTA CAPACIDADE DE NÃO VER AS COISAS PELO OLHAR DO OUTRO E AS VEZES O OUTRO ESTA DANDO TUDO QUE É DE MAIS BONITO E NÓS NÃO ESTAMOS ENXERGANDO ENGRAÇADO COMO AS PESSOAS SO DÃO FALTA DAS OUTRAS QUANDO PERDEM.
SAÍ DE UMA VIDA ASSIM..DAVA O MELHOR DE MIM A ALGUEM QUE SÓ SENTIU MINHA FALTA DEPOIS DE UNS 30 DIAS QUE SAI DA VIDA DELE DIFICIL NÉ?
MAS A VIDA DEPOIS COBRA, E A FALTA É DOÍDA DEMAIS
TRISTE PRA QUEM FICA
TRISTE PRA QUEM FOI...
SEMPRE ASSIM
BEIJOS QUERIDA
OTILIA
É como se os Pedros da vida não servissem para nada além de "servir". São pecinhas de uma engrenagem e só se percebe a presença, justo quando faltam.
ResponderExcluirQuantos homens são Pedros por aí.
Beijos.
Chica
ResponderExcluirconheci alguém como ele.
Rotina, rotina, rotina, e o que ganhou???
Passou a vida trabalhando e quando poderia descansar e "aproveitar um pouco a vida...se foi.
É triste, mas quantos por aí tem esse mesmo fim.
Beijinhos
É, Chica, poucos são reconhecidos em vida, por mais que se doem ao próximo...
ResponderExcluirMas, como me disse uma vez, minha prima freira: - "Não devemos nos preocupar em recebermos reconhecimentos nessa vida, pois na outra, com toda a certeza receberemos!"
É isso aí!!! :)
Beijão pra você, menina.
Fique bem.
Cid@
Quantos de nós não vivemos essa mesma mesmice e no fim ... nada!
ResponderExcluirBeijinho e obrigada pela visita.
Sofia
Chica
ResponderExcluirVivo numa quinta que temos no campo, mas temos caa na cidade fica a 10km lá é conhecida pela terra do vidro por terem existido imensas fábricas de vidro, de plástico e de moldes, eram imensas, hoje nem tanto infelizmete todos os dias fecham.
Mas existem muitos Pedros por este mundo fora. Existem aqueles que deixam de viver apenas trabalham, uns para dar estudos aos filhos que às vezes não dão valor, outros estudam e depois não têm colocação.
Beijinho e uma flor
Boba que sou, estou aqui com os ohos marejados de lágrimas.É uma história muuito triste, é muito ruim a ingratidão das pessoas. Mas acho que com a maturidade, os filhos saberão qual o valor de um pai assim.
ResponderExcluirParabéns pela crônica.
Gd beijo
É o lado injusto da vida!
ResponderExcluirBeijinhos meus!
Oi Chica, pior de tudo é não receber o reconhecimento da família...Abraços, Sueli.
ResponderExcluirOi Chica,
ResponderExcluirQue estória triste...
:(
Beijos 1000 e um restinho de semana maravilhoso para vc.
www.gosto-disto.com
q triste!! lembrei agora de uma moça q trabalhava com minha irma, nunca a vi, mas fiquei sabendo de sua historia. era muito pobre e tudo q ganhava guardava pra q qdo se aposentasse pudesse ter um pouco de conforto. Comia muito mal, vestia-se muito mal, já q tdo seu dinheiro era pra guardar. Deixou de viver a vida, enfim, morreu acometida de uma doença, super nova, e sem gastar um tostão. tristissimo.
ResponderExcluirbeijos
Muitas pessoas tem essa vida triste! Passam por ela com total sofrimento, com uma simplicidade enorme!
ResponderExcluirTriste tua historia, mas muito verdadeira! beijos!
Que triste história essa,mas vale pra gente pensar do modo que levamos a vida,a vida não é só trabalho ,pobre Pedro,beijos chica
ResponderExcluirQue história triste,Chica!!!
ResponderExcluirMuito bonita e muito verdadeira,também,pois nosso Brasil está cheio de Pedros,ou pedreiro como na música do Chico ou de operários como o de sua história...batalham,lutam e não veem reconhecimento nunca.
Tive uma amiga que gostava de falar:-cansei de ser prego,agora quero ser martelo...mas o dia do Pedro ser martelo,não chegou.
Bjssss,amiga Chica,
Leninha
Chica não consigo acompanhar-te, tenho pena porque as tuas histórias são muito reais e dão-nos uma lição de vida. O Pedro devia ter-se preocupado mais com ele, reconheceriam mais o seu valor. Beijinhos
ResponderExcluirOi Chica!
ResponderExcluirQue triste! E o pior é que existem tantos Pedros por aí. Pessoas que passam despercebidas pela vida e morrem sem fazer alarde quase que pedindo desculpas por ter existido.
Beijos!